Renata e Bernardo – Ilha de Guajiru

A Ilha de Guajiru, em Itarema, foi mais do que cenário. Foi personagem.
Um vilarejo de pescadores, de ventos fortes e mar sem fim, que acolheu Renata e Bernardo em um casamento que não poderia acontecer em outro lugar. Eles se conheceram navegando, entre a pipa e o vento, e escolheram o mesmo vento para testemunhar o “sim”.

Amigos e familiares viajaram do Rio Grande do Sul até esse pedaço escondido do Ceará para viver não apenas uma cerimônia, mas dias de encontro. Antes do casamento, todos subiram nas pranchas e sentiram a força do kite surf — quase como um ritual coletivo de se deixar levar, de aprender a confiar no vento.

A cerimônia foi judaica, cheia de rituais que unem tradição e espiritualidade. Mas foi na festa que eu, como fotógrafo, senti algo que há muito não sentia: uma energia que me puxava para todos os lados ao mesmo tempo. Ninguém parou. Crianças, jovens e idosos dançavam juntos como se a música fosse vento e o corpo fosse vela.

E enquanto eu fotografava, pensei em Cecília Meireles: “Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”
A poesia dela me fez perceber que a fotografia também é poesia — uma forma de dar nome ao que não pode ser dito, mas apenas sentido. Nesse casamento, a liberdade estava no vento, no mar, na dança e no amor de Renata e Bernardo.

A fotografia foi meu jeito de escrever essa poesia.